terça-feira, 27 de janeiro de 2009
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Convite
Pedalando na cidade
1- O ciclista respeita as mesmas leis do trânsito local
2- Nunca pedala pela contramão
3- Transita pela direita por ser um veículo lento, direito este garantido pelo Código Nacional de Trânsito, no qual os motoristas devem manter-se a distância de 1,5m do ciclista quando ultrapassá-lo.
4- Ultrapassa pela esquerda depois de ter visualizado o que vem de trás.
5- Sinaliza suas intenções como não temos pisca-pisca, devemos sinalizar com as mãos nossa mudança de trajetória e, após termos certeza de que os motoristas tenham entendido o recado, é que podemos mudar de direção.
6- Não se transita pelas calçadas reservada aos pedestres. Quando isto for inevitável, portar-se como pedestre, ou seja, empurrando a bicicleta (Esta lei nos EUA, por exemplo, é válida para os adultos. As crianças até 10 anos podem transitar pelas calçadas com velocidade moderada).
7- Respeita-se os limites de velocidade numa descida de uma rua tranqüila cheia de travessas, o limite é de 40 km p/ hora. De bicicleta, poderíamos passar desta velocidade facilmente soltando os freios, arriscando nossas vidas e, possivelmente provocando um acidente.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
A Pedalada
Cele o quê?
por Marcus Aurelius Pimenta
Se você acha bicicleta uma palavra difícil de pronunciar é porque não viveu no século XIX e nem conheceu o barão de Civrac.
Ele foi o criador de um veículo que pode ser considerado o bisavô das atuais magrelas. Sendo mais preciso, tratava-se de uma estrutura de madeira ligada a duas rodas e impulsionada, lógico, pelos pés. Podia ser estranho, mas funcionava.
O nome dado a essa engenhoca soa um pouco esquisito para os nossos ouvidos: celerífero. Achou complicado? Bem, se isso facilita ele também a chamava de velocífero.
O invento foi, aos poucos, sofrendo modificações. O barão Von Drais incorporou ao modelo um sistema de direção. Isso melhorou bastante as coisas para os proto-ciclistas. Para você ter uma idéia do desempenho, esse modelo - chamado La Draysienne - atingia a velocidade de quinze quilômetros por hora.
A coisa foi progredindo e chegamos em 1855, quando se criou, finalmente, um sistema de pedais parecido com o de hoje em dia. Aí se começou a pensar na produção em escala industrial.
Devemos isso a Pierre Michaud, que, curiosamente, não era barão.
Foi ele o criador daqueles famosos modelos em que a roda da frente, onde ficavam os pedais, era bem maior que a traseira. Pierre Michaud foi também o dono da primeira fábrica de bicicletas do mundo: a Biciclos Michaud. Seus modelos eram chamados michaudines - pronuncia-se michodines. Como se vê, gosto para nomes não era o forte dos pais da bicicleta.
Daí para as primeiras competições foi um pulo, ou melhor, uma pedalada: a primeira prova de que se tem notícia, realizada no crcuito Toulouse-Craman-Toulouse, aconteceu em 1869. A partir dessa seguiram-se tantas outras que foi preciso criar associações internacionais para pôr ordem e critério nas disputas. Se você é um fã das bikes, certamente já ouviu falar das voltas da França e da Espanha, duas das mais famosas competições dos nossos dias.
O então recém-criado cinema também não deixou de registrar o grande interesse que se formava em torno das bicicletas. Em 1905, dez anos após as pioneiras exibições dos irmãos Lumiére, André Henzé produziu "O Ladrão de Bicicleta", primeiro filme a ter uma magrela como tema.
Bicicletas só foram aparecer no Brasil no finzinho do século XIX. Um dos primeiros conterrânaeos a dirigir um biciclo foi o jovem paulistano Fortunato de Camargo. Ele gostava de passear na rua da Consolação porque ela era toda de terra batida e quase não tinha trânsito. Bons tempos.
Um italiano, chamado José Noschese, montou na praça da República uma casa de aluguel de bicicletas chamada Circo de Velocípedes. O custo era alto, mas os jovens paulistanos pagavam qualquer preço parasatisfazer o desejo de experimentar a novidade. Alguma semelhança com os jovens de hoje em dia?
O ciclismo esportivo também chegou por essa época e logo se tornou uma mania daqueles tempos. O primeiro circuito do país foi o Velódromo Paulistano, que ficava na rua Dona Veridiana, bairro de Vila Buarque. Inicialmente ele era feito de terra, mas o asfalto não demorou: foi aplicado apenas um ano após sua inauguração, em 1895.
Na área central do Velódromo armou-se um dos primeiros campos de futebol da cidade. Ali se disputavam as partidas - ou matches, como se dizia então - entre Corinthians, Palestra Itália (o Palmeiras de hoje) e Paulistano, os grandes esquadrões da época.
Com o tempo a bicicleta passou a ser uma elemento inseparável do cenário de todas as cidades brasileiras, consagrando-se como o meio de transporte preferido da massa trabalhadora. Toda pessoa que foi jovem entre os anos quarenta e cinquenta tem pelo menos uma história a contar relacionada a bicicletas.
Nessa época um fato marcante: Claudio Rosa e Anésio Argeton fizeram bonito representando o Brasil em competições de ciclismo internacional. Esse foi também o período áureo das marcas Caloi e Monark, senhoras absolutas do mercado nacional por muitos anos.
Hoje o esporte se diversificou e há várias modalidades praticadas em todo o mundo, como o mountain-bike e suas divisões como o downhill, o freeride e o cross-country.
A prática do ciclismo, desde que feita com cautela e responsabilidade, só faz bem à saúde. Além de ajudar a perder peso - um ciclista queima dez quilocalorias a cada quilômetro percorrido -, ela melhora o desempenho respiratório e o bom humor, três ótimas razões para deixar de lado o carro que induz ao sedentarismo, ocupa espaço e polui o ar.